terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Metodologia de Projeto de Produto e Serviço



Apresentar as principais etapas para o projeto e desenvolvimento de novos produtos e serviços

Poderíamos pensar que, em virtude de grande variedade de produtos e serviços hoje disponíveis para comprar, existiria também uma grande variedade de formas de projetar e desenvolver os produtos e serviços. É difícil de imaginar um modelo único para isso.
Contudo, constata-se no dia-a-dia que, a partir do momento em que um projeto é iniciado, existe uma sequência ordenada de eventos que formam um modelo comum, independentemente do objeto a ser desenvolvido.
Desde um software, passando pelos sistemas mecânicos, circuitos eletrônicos, até a construção de um edifício, todos os produtos podem ser obtidos, utilizando-se a mesma sequência de projeto, apenas com maior ou menor detalhamento.
As fases que compõem os diversos métodos de projeto foram determinadas a partir da compreensão do processo mental utilizado pelo homem para a resolução de problemas.

Fases do Desenvolvimento de Projeto

De uma forma geral, todas as metodologias de projeto de produtos apresentam as seguintes fases:

  • Estudo de viabilidade
  • Projeto preliminar 
  • Projeto detalhado
  • Revisão e testes do produto

Fase 1 - Estudo da Viabilidade

Conhecida também como fase de estudos preliminares, esta fase tem como objetivo principal a elaboração de um conjunto de soluções úteis para um problema proposto.
O que significa a existência de um produto ou serviço é sua vinculação com uma necessidade real ou hipotética. Esta pode ter se originado a partir de constatações pessoais ou de uma ideia resultante de algum avanço científico ou tecnológico.
De qualquer modo, tão fundamental quanto à sua identificação é o completo estabelecimento de seus elementos, parâmetros e limitações mais importantes. Uma análise cuidadosa do mercado potencial é indispensável para o estabelecimento real da necessidade e a avaliação do risco do negócio.
Lembremo-nos do exemplo dos raios laser, que ficou guardado quase 20 anospara que surgissem as grandes aplicações que conhecemos hoje.
O estabelecimento de uma necessidade não é tarefa fácil. Mesmo o consumidor, por vezes, não consegue explicitar corretamente o que deseja ou necessita.
Vejamos, como exemplo, aquela pessoa que precisa se deslocar até sua garagem à noite para apanhar um martelo. Quando indagada do que necessita, responde: "eu preciso de uma lanterna para me deslocar no escuro". Veja que a lanterna é uma solução para seu problema, e não necessidade é poder se movimentar no escuro, sem sofrer acidentes e poder localizar o martelo.
Para esse necessidade pode haver várias soluções além da lanterna, tais como: óculos com visão infravermelha, sensores ultra-sônicos de localização, etc.
Portanto, o correto entendimento da necessidade, desvinculado-a de uma solução pré concedida facilitará o trabalho posterior de geração de soluções. Uma vez estabelecida a necessidade e avaliada sua potencialidade de mercado, poderemos dar início à elaboração de um problema de projeto. 

A avaliação das ideias é feita, levando-se em consideração os seguintes aspectos:

Requisitos de Projeto: obrigatoriamente, as soluções que não atenderem aos requisitos de projetos serão eliminadas. Caso isso seja possível, estaremos correndo risco de projetarmos um produto ou serviço certo para o mercado errado.

Viabilidade Técnica: algumas ideias, embora interessantes, podem se transformar em um problema para serem colocadas em prática. Em outros casos, a tecnologia disponível é limitada ou muito cara. Os materiais não são encontrados ou apresentam um único fornecedor. Esse item deve ser analisado sob a ótica do negócio.

Viabilidade Econômica: cada solução alternativa deverá proporcionar um retorno suficiente para suficiente para compensar os gastos na sua produção e comercialização. Deve-se fazer aqui uma estimativa dos custos envolvidos na realização de cada projeto. A análise do ponto de equilíbrio mostrará o volume mínimo a ser vendido, de forma que o retorno financeiro seja compensador.

Viabilidade Financeira: mesmo que uma solução seja economicamente viável, pode não haver recursos para sua implementação. O empreendedor deve avaliar as fontes de financiamento disponíveis e os custos de sua obtenção. Muitas vezes, os pequenos empresários são obrigados a vender suas ideias, pois não possuem os recursos financeiros necessários para implementá-las.

Pelo que vimos até agora, podemos concluir que a fase de Estudo da Viabilidade é parte fundamental na análise de um negócio. A partir dele é que se estabelece corretamente um problema de projeto e se há soluções potenciais para serem utilizadas. 

Fase 2 - Projeto Preliminar 

Também conhecida como Fase de Análise, o Projeto Preliminar tem por objetivo elaborar estudos e avaliações a respeito da solução que será implementada.
A análise será realizada a partir de soluções potenciais que foram identificadas no Estudo de Viabilidade. A partir daí, será determinada a solução mais promissora.
Se na fase anterior foi selecionada mais de uma solução, a escolha final deverá ser feita através de comparações entre as alternativas, considerando outros aspectos, tais como:

  • Facilidade de fabricação do produto;
  • Não precisar de mão-de-obra especializada;
  • Não necessitar de equipamentos especiais;
  • Uso de processos conhecidos;
  • Facilidade de montagem do produto;
  • Simplicidade de manutenção etc.

Resultado Final


O resultado final da fase de Projeto Preliminar é o completo entendimento de uma ideia inicialmente abstrata e virtual. Ela será convertida em um produto ou serviço com características concretas / tangíveis suficientes para permitir uma avaliação mais profunda do negócio e seu posterior detalhamento.
Esta fase do projeto é importante, porque, ao término, cerca de 80% dos custos do novo produto ou serviço já estarão determinados.

Fase 3 - Projeto Detalhado

O objetivo desta fase é  fornecer o detalhamento e as especificações técnicas do produto ou serviço. 
Materiais e equipamentos são selecionados, processos de fabricação são determinados, planos de montagem especificados. Enfim, será definido tudo o que seja necessário para dar início ao seu novo negócio.
Nesta etapa do trabalho, o empreendedor vai precisar de todo apoio técnico disponível, sendo necessária, às vezes, a contratação de serviços especializados em determinada área técnica.

Fase 4 - Revisão e Testes do Produto

Do ponto de vista prático, as revisões e os testes são feitos durante a execução de todas as fases anteriores. Mas é principalmente na fase do projeto detalhado que eles ocorrem, pois os testes e verificações são necessários para a definição final de um parâmetro.
Em virtude da sua grande importância, esta fase é destacada das demais. A revisão e os testes são considerados como uma fase do projeto.
Como nem todos os fenômenos podem ser previstos ou analisados matematicamente, é necessário construir modelos e protótipos. Eles servirão de base para os testes e revisões do projeto inicial.

Protótipo versus Modelo do Produto 

Neste item, é bom salientar a diferença que existe entre um modelo do produto e um protótipo.

O modelo não necessariamente funciona. Ele não é feito com os materiais finais do produto, pode ser construído em escala menor ou maior. É uma ferramenta muito usada para visualizar a forma final do produto.

O protótipo é construído em escala real, com os mesmos materiais que serão usados no produto final e com todos os subsistemas em funcionamento.

A grande característica de um protótipo é a sua capacidade de permitir várias regulagens e variações dos principais parâmetros cujo desempenho se deseja medir. Muitas vezes, e dependendo do tipo de produto, um protótipo pode custar até mil vezes o que custará o produto final. Isso se explica não só pela capacidade de regulagens que o protótipo apresenta mas também porque o processo de fabricação ainda não está preparado para construir o produto final. É o caso, por exemplo, do desenvolvimento dos novos computadores óticos, os modelos de carros elétricos etc.
Nem sempre é necessária a construção de um protótipo. Às vezes, apenas modelos ou maquetes são suficientes para avaliar o produto e testar sua aceitação por parte dos futuros consumidores.

  

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