sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Capital de Giro



Conceituar capital de giro, ressaltando a importância para o bom funcionamento de uma empresa

Capital de giro é o investimento em ativos de curto prazo, ou seja, são bens que possuem liquidez, pois podem ser transformados em dinheiro rapidamente. Fazem parte dessa categoria o próprio dinheiro em caixa, títulos de curto prazo, contas a receber (em geral de curto prazo) e estoques. O capital de giro líquido é a diferença que existe entre o ativo de curto prazo e o passivo de curto prazo.

Importância

Para qualquer empresa, é extremamente importante gerenciar da melhor maneira possível o seu capital de giro. É ele quem determina as oportunidades e as dificuldades do dia-a-dia. Em geral, as pequenas empresas convivem com um eterno problema de capital de giro. Falta de dinheiro para muita coisa e o empresário tem de ser hábil o suficiente para determinar o que deve ser pago ou recebido primeiro. Uma boa administração desse fluxo é fundamental para a sobrevivência da empresa e para possibilitar o planejamento a longo prazo.

Futuro

Quem resolve abrir uma empresa pensa na prosperidade do negócio a longo prazo. Não se iluda: é com base na administração competente dos problemas do dia-a-dia que a empresa poderá ter sucesso no futuro. 
Diariamente, a maior parte de seu tempo, você passará tentando contornar os problemas relacionados com a falta de dinheiro para gerir o seu negócio. Principalmente, durante a implantação, que em geral dura aproximadamente um ano. 
Nessa fase, você terá de aprender a dizer não a fornecedores e outros credores que vão tentar não só lhe vender mais como também receber o que você deve. Portanto, quando isso acontecer e o dinheiro for curto, estabeleça prioridades de pagamento em função da necessidade de sua empresa. Se você estiver com falta de recursos financeiros, o que fará para pagar seus compromissos?
Só existem duas formas: vender mais e receber por isso e/ou conversar com os credores, pedindo um pouco mais de tempo.
Para vender mais, a fim de poder pagar seus compromissos, pense de que forma você poderá fazer com que suas vendas aumentem. Quem sabe uma boa publicidade, cujo custo você possa arcar de uma maneira criativa? Uma boa promoção de vendas sempre atrai o público e ajuda o empresário a sair do problema criado.
Você terá de usar uma boa conversa para que os seus credores concordem em dar mais uma oportunidade para sua empresa. Em geral, de cada três fornecedores que você possui, dois já vivenciaram o mesmo tipo de problema que o seu.
A pequena empresa pode também alugar equipamentos ou adquirir máquinas usadas por um preço menor do que tivesse que investir na compra de equipamentos novos. Contudo, embora não gastando tanto, jamais poderá evitar investimento sob a forma de dinheiro, contas a receber e estoque.
A pequena empresa tem pouco acesso ao crédito bancário, principalmente aos empréstimos a longo prazo. Então, a administração do capital de giro passa a ser uma verdadeira ponte que ligará o presente com o futuro. Se essa ponte for construída em bases sólidas, a empresa terá garantida a sua passagem para o futuro. Ao contrário, assinará sua sentença de morte e virá a se juntar às estatísticas das empresas de pequeno porte que falecem prematuramente, antes de completarem dois anos de vida.
Quando a empresa aumenta suas vendas, o mesmo ocorre com a necessidade de investir em ativos de curto prazo, o que parece lógico. Pense em uma padaria. À medida que esse estabelecimento aumenta suas vendas, o proprietário tem de aumentar também o investimento em trigo, óleo, sal, açúcar, fermento etc. Isso significa aumentar o outro lado do balanço, as contas do passivo.
Aumentando as contas a pagar a curto prazo, a padaria vai precisar vender mais. Se ela apostou no crescimento das vendas e isto ocorre, não há problema. Mas, se ao contrário, por qualquer outro motivo, as vendas não correspondem à expectativa do empresário, as contas terão de ser pagas da mesma forma. O que fazer para sanar esse problema?
Se o empresário estiver com o caixa de folga financeira, o problema estará resolvido pelo menos temporariamente. Mas, se faltar dinheiro no caixa, como apagar este incêndio?


Formas de Financiamento do Capital de Giro


Alternativas 



Há duas formas pelo menos de solucionar a falta de capital de giro. Uma é
simplesmente renegociar novos prazos de pagamento com os fornecedores, mas tome cuidado com a renegociação por causa dos juros que poderão vir acrescer a sua dívida.
A outra saída existente é procurar dinheiro emprestado. Dependendo do momento em que o país estiver vivendo, essa opção nem sempre funcionará. 
Pegar dinheiro emprestado poderá representar um risco muito grande para o desenvolvimento de seu negócio ou mesmo para sua simples manutenção. Portanto, cuidado com os empréstimos de uma maneira geral. Avalie muito bem as condições do financiamento e compare-as com o faturamento previsto do seu negócio. Se as taxas de juros cobradas forem demasiadamente altas, recue e tente imaginar uma outra saída mais criativa e menos onerosa.

Credores


Por exemplo, se um credor vender para sua empresa e espera receber em 28 dias e suas vendas não ocorreram conforme você havia previsto, é evidente que não haverá dinheiro suficiente para pagar todos os credores. A solução é renegociar um prazo maior, digamos 45 dias, que poderá ser suficiente para você contornar a situação, vendendo aquilo que deixou de ser vendido e que originou todo o problema, Provavelmente, a empresa credora vai lhe cobrar juros. Saiba negociar e não aceite contratos "leoninos", em que só uma parte aufere resultados positivos, no caso o credor, e você fica com todo o ônus, tornando ainda pior a situação.
   
Clientes 


No tocante aos clientes, a estratégia é a mesma, só que em sentido inverso, ou seja, você agora é o credor da situação e o cliente representa o mesmo papel que sua empresa representou no nosso exemplo acima, não é verdade?
Tente diminuir os prazos de crédito que sua empresa deu para alguns clientes. Embora não seja uma boa ideia cobrar antes do vencimento, negocie um desconto com o seu cliente. Se o seu cliente tinha 45 dias para fazer o pagamento, experimente negociar 30 dias.
Com os 15 dias que você conseguiu de antecipação e os 17 dias a mais que foram obtidos coma empresa credora, provavelmente você conseguiu fôlego para girar mais uns dias e conseguir reverter a situação. Seu problema agora passou a ser vender mais para que tudo permaneça perfeito. 


Bancos


Em relação aos empréstimos bancários, em geral, é muito difícil para uma pequena empresa obter crédito. Existe muita burocracia, que torna o crédito bancário para capital de giro dos pequenos uma verdadeira miragem. Mas há algumas possibilidades no mercado. e você deve estar sempre atento para elas. 
Comecemos pela pior das hipóteses. É o caso do cheque empresarial, que equivale ao cheque especial da pessoa física. Geralmente, essa hipótese é a mais cara do mercado. Na fase de implantação do Plano Real, os cheques empresariais chegaram a atingir o custo de 20% ao mês. Quem tomou dinheiro emprestado, pagando essas altas taxas, praticamente assinou sua sentença de morte.
O cheque empresarial funciona como uma linha de crédito automática. Por exemplo, o banco destina para a empresa R$ 10.000,00, que ela usará ou não, dependendo de sua conveniência. Em virtude do alto custo embutido, a empresa só deve recorrer a esse recurso, se não houver outra alternativa.
Para conseguir o cheque empresarial, a empresa tem de contar com um bom relacionamento com o banco. Afinal, trata-se de uma linha de crédito automática que requer um contrato entre a empresa e o banco. Nesse contrato, estão disciplinadas as condições a serem seguidas pela empresa. Daí em diante, o crédito é automático, podendo ser utilizado através da emissão de cheques até o limite recebido pela empresa.  
Outra possibilidade existente no mercado é uma operação tão antiga quanto a própria história econômica do Brasil. Trata-se do desconto de duplicadas e é largamente utilizado pela comunidade empresarial. Funciona da seguinte forma: 

1. A sua empresa vende a crédito para receber, por exemplo, dentro de 30 dias.

2. Necessitando de recursos de capital de giro, para fazer frente a compromissos que vencem antes de 30 dias, a sua empresa vai ao banco.

3. No banco, solicita ao gerente descontar a duplicata, que é um título de crédito emitido contra quem comprou de sua empresa e vai pagar dentro de 30 dias.

4. Se o banco se interessar, você endossa o título, isto é, assina-o e entrega ao banco.

5. Ao aceitar fazer o desconto, o banco credita em sua conta o valor do crédito que vencerá dentro de 30 dias, descontando do valor da taxa de juros. Em geral, essa opção é mais barata do que o cheque empresarial.

6. De posse do título, o banco se habilitou a receber o crédito dentro de 30 dias. 

Esse tipo de operação possibilita que você resolva o seu problema financeiro e que o banco faça jus à sua atividade de financiador, descontando o título para você e cobrando após 30 dias do devedor.

Em operações financeiras, você deve se surpreender com as taxas e cobranças diversas que são feitas pelos credores. Por exemplo, os bancos podem conceder crédito de R$ 10.000,00 à sua empresa e cobrar juros de 5% ao ano, que significa R$ 500,00. Contudo, caso o banco cobre adiantadamente pelos juros,a taxa que estará cobrando é na realidade, de 5,3% .







Na verdade, a empresa só obteve R$ 9.500,00, visto que os juros foram cobrados antecipadamente.
O cheque empresarial e os descontos de duplicatas são, em geral, as opções existentes no mercado para sanar os problemas de capital de giro das empresas.
Além dessas, encontramos, em determinadas ocasiões algumas linhas de crédito oficiais. Estas se destinam a restabelecer o vigor econômico de alguns setores que, por algum motivo, não apresentam desempenho satisfatório. Em geral, as linhas oficiais conjugam financiamento para capital de giro e investimento, e requerem um procedimento todo especial para que a empresa consiga obter o crédito.
Finalmente, há empresas de factoring, que nada mais são do que instituições que se destinam a conceder crédito aos necessitados, cobrando juros acima do que os bancos cobram. Recebem cheques pré-datados e trabalham da mesma forma como os bancos descontam duplicatas. Com o desenvolvimento do mercado econômico-financeiro, as empresas de factoring poderão vir a ofertar recursos menos caros. Porém, o que costuma contar ponto para essas empresas é que elas concedem empréstimos com muita agilidade do que os bancos. Isso se explica por que elas são empresas menores e têm maior flexibilidade de decisão do que os bancos.
Tente honrar seus pagamentos em dia para evitar cortes no seu crédito. Lembre-se de que quando as coisas vão mal, ninguém costuma dar apoio. Sorrisos e boa vontade, em geral, só ocorrem quando o seu negócio está indo de vento em popa.



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