sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O Mapeamento dos Processos




Apresentar o método de mapeamento dos processos e levantamento de recursos utilizados

Uma vez detalhado o produto em todas suas partes e características importantes, devemos voltar nossos esforços para a definição do processo produtivo mais adequado à sua fabricação.
Nesta etapa, busca-se também descrever as principais características do processo, o inter-relacionamento entre as diversas atividades ou operações e os elementos que intervêm em cada posto de trabalho.
Para iniciar este estudo, vamos considerar cada operação que o produto, ou uma parte dele, deverá sofrer como sendo uma caixa preta com entradas e saídas, conforme a figura.







Toda operação/atividade recebe uma entrada, executa uma transformação e gera uma saída. A transformação representa a incorporação de uma ou mais funções no produto.

Atividades que agregam valor

A operação/atividade será considerada agregadora de valor se o seu resultado ou saída apresentar, pelo menos, uma função percebida pelo consumidor no momento da compra do produto.
Cabe lembrar que o consumidor leva para casa o produto que lhe apresentar o maior Valor Agregado. Como exemplo de atividades que agregam valor, temos: 

  • Pintura: quando incorpora funções de proteção, acabamento e embelezamento do produto.
  • Soldagem de componentes eletrônicos: função de fixar componentes na placa e transmitir corrente.
  • Reboco em paredes: função de acabamento, proteção etc.
  • Help de software: função de facilitar manuseio e evitar erros.

Atividades que não agregam valor 

Temos, por outro lado, aquelas atividades que não agregam valor. Seu resultado não é percebido pelo consumidor e somente geram custos para o produto. Como exemplo, temos as seguintes atividades:

  • Transporte interno de materiais e peças.
  • Recebimento e controle de materiais: controle, inspeção etc.
  • Retrabalho em partes defeituosas.
  • Supervisão etc.

Muitas dessas atividades não agregadas ao valor são difíceis de serem eliminadas, mas devem ser reduzidas ao máximo possível. Lembre-se de que uma forma eficiente de "colocar dinheiro fora" é fazer aquilo que não agrega valor ao produto.

Etapas do Processo de Fabricação

Para que possamos definir adequadamente um processo de transformação/fabricação, devemos seguir etapas:

1. Definição do processo
2. Análise do processo 

Etapa 1 - Definição do Processo

O objetivo desta etapa é realizar o fluxo ou mapa de atividade/operações que o produto deverá percorrer, bem como suas ligações de entradas e saídas. Para isso, vamos utilizar a simbologia a apresentada na figura anteriormente. Haverá tantas caixas quanto o número de operações/atividades necessárias, desde a entrada da matéria-prima até a saída final do produto.

Veja como exemplo, o mapa de atividades de uma microempresa que fabrica prendedores de roupas de madeira.






   




Obs: Recomenda-se que se faça o mapa em folha maior para que se possa ver claramente o fluxo operacional.

Observando a figura, vemos a sequência das operações/atividades pelas quais passa o produto. Essas atividades se confundem com os postos de trabalho, embora uma pessoa possa ser responsável por mais de uma atividade. 
Dentre as 16 operações relacionadas no mapa, existem algumas que, embora necessárias, não agregam valor, como, por exemplo:

  • Descarregar caminhão 
  • Inspecionar tábuas 
  • Inspecionar molas
  • Separar molas 
  • Selecionar hastes 
  • Testar prendedores

Isso representa 37% (6/16) de atividades que geram custos à empresa, mas não contribuem diretamente para a satisfação do consumidor. Cabe salientar ainda que estamos apenas considerando a análise do processo produtivo, sem avaliar as atividades administrativas, comerciais, de compra, venda etc.
Para definir adequadamente um processo, é preciso antes conhecer detalhadamente o produto, seus requisitos, características e principais parâmetros. São elementos importantes, pois deles vão depender a escolha das operações/atividades mais adequadas.

Análise do Processo

Devemos iniciar esta etapa tendo em mãos o fluxo produtivo definitivo. Nosso objetivo agora será detalhar mais profundamente todas as entradas e saídas de cada atividade, bem como determinar os recursos de que cada um necessita.

A tabela abaixo analisa uma das atividades do exemplo mostrado anteriormente.

Atividade: cortar tábuas
Tipo: agregadora de valor
Fornecedores
Entradas
Descrição da atividade
Saída
Clientes
Aplainar tábuas.
Tábua aplainada em ambas as faces,
Apanhar a tábua, posicionar na mesa,
Pedaços de madeira de 15x15,
Frisar hastes.

tábuas sem nós,
efetuar o corte em pedaços e
sem nós,


tábuas no esquadro.
Verificar as dimensões.
no esquadro.

Recursos:

Tábuas com 15cm de largura e 2 cm de comprimento.
1 máquina de corte         1 pessoa
Sem rachaduras.



2 metros/trenas, material de segurança, 1 exaustor.




Procedendo dessa forma para as demais atividades mapeadas no fluxo produtivo, podemos substituir as caixas do 2º exemplo pelas tabelas mostradas no 3º exemplo.
Veja que, ao identificar os clientes e fornecedores de cada atividade, damos um passo à frente para estabelecer um processo produtivo com qualidade. Pelo novo mapa, obtido com as tabelas das atividades, garantimos que a saída de uma atividade se constitui na entrada da próxima e assim sucessivamente, até a entrega do produto para o mercado.
Ainda no que se refere aos recursos utilizados em cada atividade, estes poderão ser descritos de acordo com os seguintes grupos:

Recursos Humanos

  • Número de pessoas
  • Qualificação
  • Material de segurança etc.

Recursos Materiais


  • Tipo de máquina 
  • Quantidade das máquinas 
  • Ferramental de apoio
  • Utilitários (como ar comprimido, vapor etc.)

Recursos de Infra-estrutura


  • Área mínima por atividade
  • Área para estoque de material 
  • Área para manutenção
  • Potência elétrica necessária 

Recursos de caráter ambiental


  • Sistema de exaustão 
  • Iluminação 
  • Limpeza etc.

Quando algum desses recursos for compartilhado por mais de uma atividade/operação. este deverá ser distribuído percentualmente conforme previsão de utilização em cada posto de trabalho. Dessa forma, por exemplo, um operador poderá ter 30% de seu tempo dedicado à atividade "descarregar caminhão", 20% para a atividade "inspecionar tábuas" e outros 50% na atividade "armazenar tábuas". 
Isto permite dimensionar a quantidade total necessária de cada recurso, por exemplo, o número de pessoas no setor.
Antes de finalizarmos, devemos observar que a definição e a análise do processo são de fundamental importância para viabilizar o negócio. As informações obtidas nessas etapas serão úteis no momento de definir as instalações necessárias, o layout industrial, o volume de investimentos, as necessidades para uma fabricação de lote piloto, entre outros.
Em resumo, temos em mãos uma boa e consistente avaliação da magnitude do empreendimento, necessária ao negócio.  



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