A Teoria das Relações Humanas mostra o esmagamento do homem pelo desenvolvimento da civilização industrializada.
Enquanto a eficiência material aumentou vigorosamente nos últimos 200 anos, a capacidade humana para o trabalho coletivo não manteve esse ritmo de desenvolvimento.
O progresso industrial provocou um desgaste no sentimento espontâneo de cooperação.
Para Elton Mayo, fundador do movimento das relações humanas, deve haver uma nova concepção das relações humanas no trabalho. Mais do que os aspectos materiais e tecnológicos do progresso humano, é preciso estar atento a questão da colaboração na sociedade industrializada.
Os métodos de trabalho visam a eficiência, e não a cooperação, pois a cooperação humana não é o resultado das determinações legais ou da lógica da organização. Mayo defende os seguintes pontos de vista:
1. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal;
2. O operário não reage como um indivíduo isolado, mas como membro de um grupo social;
3. A tarefa básica da administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar;
4. Passamos de uma sociedade estável para uma sociedade adaptável, mas negligenciamos a habilidade social;
5. O ser humano é motivado pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecido";
6. A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos grupos sociais.
1. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal
A conclusão é que o nível de produção é influenciado mais pelas normas do grupo do que pelos incentivos salariais e materiais de produção.
A atitude do empregado diante do trabalho e a natureza do grupo social do qual ele participa são os fatores decisivos da produtividade.
2. O operário não reage como um indivíduo isolado, mas como membro de um grupo social
As mudanças tecnológicas tendem a romper os laços informais de camaradagem e de amizade dentro do trabalho e a privar o operário do espírito gregário.
3. A tarefa básica da administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar
Essa elite deve ser formada por chefes democráticos, persuasivos e simpáticos com todo o pessoal.
Em vez de tentar fazer os empregados compreenderem a lógica da administração da empresa, a nova elite de administradores deve perceber as limitações desta lógica e entender a lógica dos trabalhadores.
Para Mayo, "já passamos do estágio de organização humana em que a comunicação e a colaboração eram asseguradas pelas rotinas estabelecidas".
4. Passamos de uma sociedade estável para uma sociedade adaptável, mas negligenciamos a habilidade social
Nossa capacidade de colaborar com os outros está se deteriorando. Para Mayo, "Somos tecnicamente competentes como nenhuma outra idade da História o foi, e combinamos isso com uma total incompetência social".
É necessário a formação de uma elite social capaz de recobrar a cooperação.
5. O ser humano é motivado pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecido" e de receber a comunicação adequada
Mayo se contrapõe à afirmação de Taylor de que a motivação básica do empregado era salarial (homo economicus).
Para Mayo, a organização eficiente, por si só, não leva a maior produção, pois ela é incapaz de elevar a produtividade se as necessidades psicológicas do trabalhador não forem descobertas e satisfeitas.
Enquanto Taylor cresceu na empresa por meio de um trabalho árduo e dedicado, acreditando que todos os empregados eram movidos como ele, o sociólogo Mayo, sentia-se penalizado com as condições dos operários de seu tempo e com a pouca possibilidade de satisfação de suas necessidades psicológicas e sociais.
6. A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos grupos sociais
Desde os grupos primários (família) até os demais grupos informais (amigos) a até mesmo a religião sofrem um processo de desintegração, proveniente da civilização industrializada.
A fábrica surge como uma nova unidade social e proporciona um novo lar, um local de compreensão e de segurança emocional para os indivíduos.
Assim, o funcionário buscará na fábrica uma administração compreensiva e paternal, capaz de satisfazer suas necessidades psicológicas e sociais.
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